O mercado fitness no Brasil enfrenta um novo e significativo desafio. A recente decisão do Ministério do Trabalho de vetar o uso do vale-alimentação para cobrir despesas com academias representa uma mudança drástica para o setor. Com aproximadamente 5 milhões de trabalhadores impactados, a perda desse benefício pode causar um recuo substancial na receita das academias. Esta medida não apenas afeta diretamente o mercado fitness, mas também traz possíveis consequências para a saúde pública e o sistema de saúde.
Impacto Financeiro no Mercado Fitness
A estimativa de 5 milhões de trabalhadores que deixarão de contar com descontos em academias representa uma queda brusca para o setor. Com uma média de mensalidade variando entre R$ 80 e R$ 200, a perda para o mercado pode se traduzir em um impacto financeiro anual de aproximadamente R$ 6 bilhões. Sem o subsídio, é esperado que muitos desses trabalhadores, cuja renda média é de R$ 2,9 mil, não consigam manter o compromisso financeiro de frequentar academias. Para um setor que movimenta cerca de R$ 35 bilhões por ano, essa perda de receita pode representar um recuo de até 17% no faturamento anual.
A redução na demanda pode ainda levar academias menores a enfrentar dificuldades financeiras, com risco de fechamento. Em um cenário onde cerca de 31 mil academias operam no Brasil, o país corre o risco de ver uma diminuição na quantidade de estabelecimentos, especialmente em regiões onde o público depende fortemente dos benefícios para manter sua frequência.
Repercussão no Mercado e na Saúde Pública
Essa decisão também implica em consequências na saúde pública. O Brasil é atualmente o quinto país mais sedentário do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a perda do benefício, é provável que muitos trabalhadores abandonem a prática de atividades físicas regulares, o que pode agravar o quadro de doenças crônicas associadas ao sedentarismo, como obesidade e problemas cardiovasculares. O aumento na demanda pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é uma possibilidade real, especialmente em médio e longo prazo, sobrecarregando um sistema já pressionado.
A medida do Ministério, que visa alinhar o uso do vale-alimentação exclusivamente a alimentos, tem como justificativa restaurar o propósito original do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Contudo, a perda desse benefício para o mercado fitness pode impactar diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores, que além de academias, perdem também o acesso a outros serviços, como telemedicina e apoio psicológico.
Conclusão
O veto ao uso do vale-alimentação em academias representa uma perda significativa para o mercado fitness e para a saúde pública. Com uma possível queda de até R$ 6 bilhões no faturamento do setor e uma redução no acesso dos trabalhadores às atividades físicas, o cenário exige atenção de empresários e autoridades. O mercado fitness precisará se reinventar para minimizar as perdas, enquanto a sociedade e o governo devem estar preparados para enfrentar um possível aumento nas demandas de saúde pública relacionadas ao sedentarismo.
FONTE: METROPOLES