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Renda do Crime vs Trabalho Legal: Pesquisa Revela que Criminosos Ganham até R$ 46 mil por Mês

A renda do crime mensal obtida através de “atividades” pode chegar a R$ 46 mil, valor muito superior ao ganho médio com trabalho legal, que fica em torno de R$ 3.600. Esta é uma das principais descobertas de uma nova pesquisa sobre economia do crime, realizada em presídios da região metropolitana do Paraná e de São Paulo.

Principais Pontos da Pesquisa

Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo economista e professor Pery Francisco Assis Shikida, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste/Toledo), entrevistou 408 detentos em 10 unidades prisionais. O estudo busca entender por que pessoas escolhem entrar para o mundo do crime, como é esta relação criminalidade e dinheiro e quanto ganham com as atividades ilegais.

O Perfil dos Entrevistados

  • 74,8% são homens
  • A maioria tem entre 18 e 29 anos
  • 58,1% se declararam pardos
  • Quase metade não completou o ensino fundamental
  • 80% usavam drogas antes da prisão

    A renda do crime resulta em ostentação e luxo
    A renda do crime resulta em ostentação e luxo

Por Que as Pessoas Entram para o Crime?

Os principais motivos apontados pelos entrevistados foram:

  1. Busca por dinheiro fácil
  2. Ambição e ganância
  3. Influência de outras pessoas

A Questão do Trabalho Legal

Antes de serem presos, os entrevistados trabalhavam em diferentes áreas:

  • Ajudante geral
  • Motorista/motoboy
  • Pintor
  • Auxiliar de produção
  • Servente de pedreiro

Curiosamente, 7,8% dos entrevistados consideravam “bandido” como sua profissão.

Os Números que Impressionam

Comparação de Renda do Crime e Renda Legal

  • Renda média com crime: R$ 46.333,00
  • Renda média com trabalho legal: R$ 3.595,96
  • Diferença: 12,9 vezes maior

O Que Dizem os Presos Sobre o Crime Compensar?

A pesquisa revelou dados preocupantes no lucro do crime:

  • 91,2% disseram que o benefício econômico foi maior que o custo
  • 3,4% acharam que ficou igual
  • Apenas 0,7% disseram que o custo foi maior
  • 4,7% não responderam

Tipos de Crimes Mais Comuns

Os crimes mais praticados foram:

  1. Roubo/assalto (68,6%)
  2. Tráfico de drogas (60,8%)
  3. Furto (43,1%)

Crimes menos frequentes incluíam:

  • Receptação (13%)
  • Associação ao tráfico (12,3%)
  • Formação de quadrilha (9,1%)

O Papel da Educação e da Família

A pesquisa mostrou que problemas na educação e na família podem influenciar a entrada no crime:

Educação

  • 49,5% têm ensino fundamental incompleto
  • Apenas 0,5% têm ensino superior completo
  • 33,7% pararam de estudar por causa do envolvimento com o crime

Família

  • 67% têm parentes que já foram presos
  • 80,1% sofreram algum tipo de violência familiar
  • 63,2% têm pais separados

Como Reduzir a Criminalidade?

Os próprios detentos sugerem algumas soluções:

  1. Mais oportunidades de trabalho
  2. Melhor educação
  3. Leis mais rigorosas
  4. Programas de ressocialização

O Que Podemos Aprender com a relação criminalidade e dinheiro?

Esta pesquisa nos mostra que:

  1. O crime ainda é visto como um caminho para ganhos rápidos, esta renda do crime é muitas vezes maior que uma renda legal
  2. A falta de educação e estrutura familiar são fatores importantes
  3. É necessário criar mais oportunidades de trabalho legal
  4. O sistema de justiça precisa ser mais eficiente

Conclusão

Os dados mostram que ainda há muito trabalho a ser feito para tornar o caminho legal mais atraente que o crime. Isso inclui melhorar a educação, criar mais oportunidades de trabalho e fortalecer as famílias.

Para diminuir a criminalidade, precisamos de ações em várias frentes:

  • Investimento em educação
  • Criação de empregos
  • Fortalecimento da segurança pública
  • Apoio às famílias
  • Combate às drogas

Só assim poderemos mudar a realidade mostrada pela pesquisa, onde o crime ainda é visto como um caminho mais lucrativo que o trabalho honesto.

Este artigo foi baseado em pesquisa do professor Pery Francisco Assis Shikida, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste/Toledo) realizada entre setembro de 2023 e abril de 2024, com 408 detentos do sistema prisional da região metropolitana do Paraná e de São Paulo.

FONTE: ASPECTOS DA ECONOMIA DO CRIME EM UNIDADES PRISIONAIS DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO: ELEMENTOS TEÓRICOS E EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS/Aspects of the economics of crime in prisons in the metropolitan region of São Paulo: theoretical elements and empirical evidence: Aspectos de la economía del crimen en las unidades penitenciarias de la región metropolitana de São Paulo: elementos teóricos y evidencia empírica | Informe GEPEC

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